sexta-feira, 23 de março de 2012

Pesadelo de um pai

Sonhei que minha filhinha amada, minha princesa, caía de amores por um Don Juan cuca-fresca. Ele queria viver o momento sem culpas, sem planos, sem promessas e ela, bobinha, ingênua, sonhava em conquistar para sempre o amor de alguém que não sabia amar. Esperança era a palavra de ordem. Lutou com todas as forças, submeteu-se a ser uma sombra crendo que um dia ele a levaria para um castelo de felicidade. Um belo dia ele partiu e minha filhinha quase desistiu de viver. Era só lágrimas. Noite e dia chorando e sentindo uma dor tão forte que rasgava o peito. Chegou ao fundo do poço da tristeza e da desilusão. Muito tempo depois, quando ela ensaiava o começo da cura,ele reaparece... Ela quase explode de tanta alegria. Reacendem as antigas esperanças de que ele poderia ser seu de verdade e para sempre. Ah, se eu pudesse fazer esse homem enxergar a pérola que se esconde na minha pequena ostra.
Ela somaria com ele, multiplicaria a alegria, a harmonia, ajudaria a construir um futuro mais bonito e completo. Mas ele já deixou claro que, para ele, ela é apenas um descompromisso, uma alegria ocasional... A desesperança dessa vez doeu mais fundo e ela caiu no poço de vez... Mas no fundo dos seus olhos vi uma vontade de sair do poço usando a terra que ele jogou sobre ela e, uma vez fora dele, lacrá-lo com cimento para nunca mais cair... 
Acordei! Que alívio! Era um pesadelo, não era minha filha a personagem triste... Era a filha de outro alguém! Não doeu na minha carne, que bom!!! A dor alheia não dói em nós!

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